EXPOSIÇÃO

O QUE OS OLHOS VEEM

A exposição O QUE OS OLHOS VEEM trabalha, a partir da pintura e da literatura, o tema das relações do ser humano com os outros e com o seu entorno, a partir do olhar.

Conjugando beleza e delicadeza, a mostra visa a aprofundar O QUE OS OLHOS VEEM. O olhar ganha, assim, um protagonismo surpreendente, porque põe em contato realidades e experiências subjetivas: aquele que olha e o que o olho vê. Uma experiência como essa coloca em perspectiva as relações de sentido que o ser humano estabelece com tudo o que o cerca: os outros, o ambiente, os sentimentos. A intenção fundamental é, portanto, resgatar a dignidade e a mediação do olhar, bem como tematizar as variadas formas de ver o mundo, na contemplação das formas e na extensão do tempo da existência.

Num encontro de olhares, pode haver uma infinidade de acontecimentos e de possíveis códigos partilhados ou não, a serem decifrados, vivenciados. De fato, quando os olhos de uma criança recém-nascida encontram os olhos da mãe, nesse momento único, o bebê não sabe quem é, mas, no olhar da mãe, encontra-se e vê o reflexo de sua existência pelos olhos do amor e do cuidado. Experimenta, assim, a revelação de sua humanidade enquanto aprende, também, dia após dia a se deixar cuidar e amar.

Assim, a manifestação do olhar envolve-nos e nos devolve aos eventos da vida. Pouco a pouco vamos aprendendo e humanizando nossas relações entre nós, com os outros, com a natureza, com o que nos transcende. Descobrimos nossa dependência amorosa mais profunda: somos mais que frutos de uma evolução biológica, pertencemos ao universo e estamos numa interlocução constante com tudo o que vive e respira à nossa volta, numa cadência harmoniosa e integral. Nesse processo, todo o tempo, entramos em contato com o que existe, em pequenas doses, podendo revisitar, uma e outra vez, o que vimos e o que ainda não vimos bem, num olhar comprometido ou despretensioso, chamado a ser sempre mais responsivo e autêntico.

O tema das relações humanas a partir do olhar busca uma reflexão mais demorada sobre o ser e o agir do homem, suas manifestações afetivas, sem negligenciar uma preocupação pelo avanço da violência, da intolerância e dos discursos de ódio nos dias atuais.

Muitas pessoas parecem indiferentes ou não enxergam o que se passa na realidade mais concreta e mais imediata. Incapazes de ver ou dialogar umas com as outras, seguem numa rotina estéril e desprovida de sentidos que confiram empatia e compaixão para com as vidas que se sentem ameaçadas. O outro vem sendo visto como um estorvo ou como um adversário, e o meio ambiente como fonte inesgotável de recursos disponíveis à mera satisfação de necessidades pessoais.

A exposição O QUE OS OLHOS VEEM pretende, com isso, suscitar diálogos e promover debates. Ela vem para ser lugar de resistência, ponto de encontro, de respeito e de promoção da dignidade humana. Ela quer estender pontes onde se ergueram muros. Ela vem para abrir nossos olhos e para celebrar a vida onde as perspectivas pareciam pouco prováveis. Ela deseja a simplicidade e a beleza dos olhares que se cruzam e se encantam por devolver a cor, o brilho e o sabor ao menor dos eventos do cotidiano.

Ao longo do seu percurso, O QUE OS OLHOS VEEM trazem 20 obras de arte que mesclam, ao mesmo tempo, a literatura e a pintura, no poder que as artes têm de convocar sensibilidades e enunciar discursos. Essa confluência traz para a cena cultural contemporânea a força e a potência da estética e da palavra artística que se levanta para testemunhar O QUE OS OLHOS VEEM.

A EXPOSIÇÃO O que os olhos veem

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