EXPOSIÇÃO

A VILA DO SINO

“A Vila do Sino” nasceu de uma vontade partilhada de fazer dialogar a arte em suas múltiplas formas e sensibilidades para contar a vida de um lugar e de um povo. Por isso, esse vilarejo ainda espera por outros possíveis desdobramentos ético-estéticos e culturais (sarau, música, teatro, dança, exposição etc).

No entanto, compareceram já, para dar contornos a este sonho, a poesia e a pintura. Ambas, valendo-se de seu potencial inventivo, deram-se as mãos para gerar os vários personagens que foram sendo convocados para evocar a vida dessa gente anunciada no cotidiano mais banal e corriqueiro de uma vila do interior do Brasil.

“A Vila do Sino” é, assim, um desses rincões que não contém nada de mais, senão o que guarda em si e partilha: literatura, história e memória cultural. Histórias de uma cultura correndo o risco de se perder no ritmo alucinado dos nossos dias em que as coisas se pulverizam pelo excesso do mesmo e pela indiferença. Memórias afetivas profundamente marcadas e ritmadas pela tessitura de vozes narrativas que não querem deixar de apanhar rumores vindos de várias direções, para contar e juntar o que se dispersou no tempo e no espaço. Literatura que, no encontro com o registro mágico de um traço de tinta contra a tela branca, busca o testemunho de uma identidade que conflui no mesmo emaranhado junto do compasso rouco de uma voz mais forte que se personifica: um sino que regula tudo, enquanto toca e anuncia que em toda parte e o tempo todo “Tem Deus!”

“A Vila do Sino” ressoa essa verdade, e esse eco se faz sentir por todo canto. Do campanário, o sino marca as horas, as festas e o luto, enquanto atesta que mesmo o elemento mais trivial encontra-se habitado por uma presença absolutamente transcendente. E esta força vital preenche as lacunas. O tempo escoa de um modo diferente. A vida e a morte se revezam como em todo lado, e as pessoas sabem que precisam desse registro. “Tem Deus!” na vida desses homens e mulheres, crianças, jovens e adultos. “Tem Deus!” na natureza, no trabalho, na pureza da infância e nas descobertas da adolescência. “Tem Deus!” indo e voltando onde a resposta a essa alegria não parecia mais possível. Assim, pura e simplesmente: “Tem Deus!” sem precisar mais de muita explicação…

Objetivo

O intuito aqui é narrar a história de uma vila do interior brasileiro a partir do olhar dos próprios personagens e de suas questões existenciais. Para isso, nove homens e nove mulheres, de idades variadas e oriundas das mais diferentes condições, enunciam suas percepções de mundo e seus pontos de vista, implicando-se no dia a dia do lugar, apesar de e com tudo o que as faz viver. O sino de alguma forma testemunha e marca a presença de um ser Superior que as acompanha e encoraja. Sua regulação é não mais que a da passagem do tempo e das horas. No entanto, seu anúncio é certo para que ninguém se perca em divagações: pouco importa o que se vive, “Tem Deus!” sem invadir e sem passar ao largo, constante e do jeito como O imaginarmos e O sentirmos. Que cada um se aproprie dessa verdade: é por você também que os sinos dobram…

CASA DE CULTURA DE NOVA LIMA

Casa de Cultura de Pará de Minas

GALERIA DO CONJUNTO NACIONAL

UNIVERSIDADE CATOLICA DE PERNAMBUCO

INSTAGRAM

@lacerdine Quem segue nosso insta sempre sabe das novidades primeiro! Então, siga e fique por dentro!